terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Viver e Sorri


É muito comum as pessoas relacionarem uma situação de felicidade a um aspecto da vida. A ideia de condição nesse contexto é fundamental. Nesses casos a conjunção – quando – constrói a realidade entre o desejo e a situação a ele condicionada … “Quando tiver melhor financeiramente, farei a faculdade dos meus sonhos”… “Quando eu tiver mais tempo, voltarei a me exercitar”… “Quando colocar dentes novos, voltarei a sorrir”… “Quando estiver bem, conseguirei louvar e agradecer a Deus”.

Quanto a cursar uma faculdade apenas quando tiver recursos ou se exercitar quando tiver tempo, convenhamos, não traduzem o desejo verdadeiro de se realizar uma destas situações, afinal, como diz o ditado, quem quer mesmo, faz; não espera acontecer.

Agora, imagine a situação em que alguém acredite que somente tendo todos os dentes possa sorrir à vontade. Estaria, por acaso, a vontade de sorrir espontaneamente ligada a um aspecto puramente estético? Porque outras pessoas viriam que não tenho um ou outro dente, devo me incomodar e me retirar do convívio, isolando-me até que isso esteja resolvido? Afinal, a felicidade de expressar um sorriso está ligada a dentes ou à vontade de sorrir?

Como aquele que não têm dentes, mas ainda assim sorri, pois, a sua felicidade é verdadeira e não está ligada a aspectos estéticos, por que deveria alguém falar com Deus apenas quando tudo vai bem em sua vida? Pergunto: a vontade de orar está ligada a pedidos de coisas que nos faltem ou a agradecimentos pelo que nos sobeja? Afinal, não é a oração compreendida como um momento de intimidade com Deus?

Há os que oram em momentos difíceis e os que agradecem por tudo o que têm; e isso é legítimo e deve ser feito. Contudo, há pessoas que deixam sua busca por uma experiência real com Deus apenas porque estejam passando por situações difíceis, e assim seguem até esfriarem na fé, afastando-se de Deus e vivenciando o caminho da apostasia.

O apóstolo Paulo escreveu aos discípulos de Tessalônica que em tudo devemos dar graças, porque em Cristo, esta é a vontade de Deus para nós. Esta é a postura de quem entende a transformação mental (Romanos 12) que sustenta um adorador que observa a palavra de Deus. Não precisa de dentes para sorrir. Ele simplesmente sorri e é feliz. Não precisa estar bem ou mal para conversar com Deus. Ele simplesmente tem o melhor amigo que se pode ter para conversar e deseja aproveitar cada instante dessa intimidade.

Falar com Deus é o que preciso. Isso me faz sorrir, tenha dentes ou não. Quem lê, entenda.

Sadi – O Peregrino da Palavra

Fonte: novasemente.org